Quem no mundo não quer pagar mais barato pelos produtos que adquire, não é mesmo? Mas no caso de madeira tratada o barato pode sair muito caro.
Vamos reproduzir parte da entrevista de Flavio C. Geraldo, gerente de mercado para América Latina da Arch Proteção de madeiras, para a revista Referencia Florestal edição de Setembro de 2014:
“Enquanto de um lado há comemorações a respeito do crescente aumento de instalações de unidades de tratamento de madeiras , conhecidas como UPMs (Usinas de Preservação de Madeiras), há a constatação da desproporcionalidade entre esse crescimento e o mercado da madeira tratada . Estamos participando de um evento onde o número de convidados aumenta de forma desproporcional em relação ao tamanho dos quitutes oferecidos. O ambiente se torna perigosamente competitivo, dando inicio aos sacrifícios e a primeira vitima é a qualidade. Logo em seguida, outras vitimas surgem, destacando a segurança operacional e ambiental e até mesmo as adequações aos preceitos legais. Parece que entramos na fase do vale tudo”.
Temos que concordar com Flavio. Em poucos anos houve um aumento assustador no número de indústrias preservadoras de madeiras que praticam preços muito baixos, mas o produto que vendem não pode ser chamado exatamente de madeira tratada. Em 2012 em visita a produtores rurais coletamos amostras de madeiras de 05 empresas. Ao analisá-las em laboratório, três delas, apesar da aparência esverdeada típica de madeira tratada, não poderiam receber esse nome e com certeza trarão prejuízos aos consumidores. Alguns poderão argumentar que apenas cinco amostras não são representativas de todo mercado. Sim, isso é certo, mas esse fato, junto com os preços muito baixos praticados nos dão indícios claros que, como disse Flavio, estamos na fase do vale tudo.